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domingo, 3 de maio de 2009

Mãe é mãe




Mães são sempre lembradas nesta época. Afinal, foi institucionalizado seu dia no segundo domingo de maio. Nada contra esse fato, pelo menos nessa época, ela é valorizada e lembrada através de cenas carinhosas, de mães “fofas” com filhos “fofos”. Porém os noticiários têm falado de outros tipos de mães. Mães que sofrem diariamente e que, por força das circunstâncias mais cruéis, têm visto suas vidas virarem pesadelos. São as mães que assistem o domínio da violência sobre seus filhos. Violência das drogas, dos crimes, das doenças, do trânsito, da discriminação, da pedofilia, do mundo... Mães de presidiários, mães presidiárias, mães de fugitivos, mães de perdidos, mães de loucos, mães de doentes mentais, mães de deficientes, mães de discriminados, mães de alienados, mães de criminosos, mães de abandonados, mães de violentados, mães de revoltados e até mães vítimas-assassinas, porém... mães sempre presentes. Se o Brasil apresenta índices de um terço de crianças sem paternidade reconhecida, o índice de desconhecimento de maternidade é ínfimo, afinal, já diziam os romanos: “mãe é sempre certa”. Essas mulheres que frequentam filas de visitas de presídios, de abrigos, de hospitais, de empregos, de entidades assistenciais, de serviços judiciários, que esquecem de si mesmas e passam a viver a vida de seus filhos, é que devem ser homenageadas e lembradas. São suas atitudes, sentimentos e dedicação que lhes asseguram o título de mães. Mesmo aquelas que, em ato supremo de desespero, escolhem o caminho da morte para os seus filhos, merecem nossa atenção e respeito. Com certeza nenhum ser ama mais profundamente outro ser humano do que uma mãe ama seu filho, ainda que seja um louco amor e que supere os limites da sanidade, pois é o mais profundo sentimento humano que se pode nutrir, por isso pode gerar profundas alegrias e intensos sofrimentos. Acho que nenhum homem poderá dizer que sentiu uma emoção no mesmo nível. Talvez sejam os movimentos do pequeno ser em formação, as trocas de fluidos vitais dentro do corpo, as dores do parto, o sugar no seio, as noites mal dormidas, o acompanhar do crescimento, ou, até mesmo, um pouco da energia divina que tenha sido derramada em excesso sobre a mulher no momento da criação humana. É difícil descrever esse papel que foi atribuído ao sexo feminino. Acho que o dito popular é o que melhor define quando simplesmente explica que "mãe é mãe".

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Quando falamos a palavra mãe, esta geralmente nos remete a pensar num ser carinhoso, que acalenta seus filhos sempre com o intuito de protegê-los mesmo quando já estão independentes, mas não é esta a realidade. Iria comentar a alguns dias atrás, mas foi providencial não ter postado pois, o que eu iria fazer era justamente falar sobre mães que não conhecem o sentido literal da palavra, que são aquelas que colocam seus filhos em vasos sanitários e dão descarga, que os abandonam enquanto consomem entorpecentes, e o que me chocou recentemente, foi a reportagem reproduzida pelo Fantástico no domingo (31.05) onde uma mãe vendeu sua filha para um programa por R$ 10,00 e não bastasse tamanha insensatez, negociou-a como mercadoria por R$ 500,00. Fico incrédula perante tais atitudes, não consigo assimilar o que se passa no pensamento de tais mulheres, sim, porque mães com certeza elas não são, até não poderia denominar uma palavra que desse significação à estas "mães", monstros talvez seria a palavra mais apropriada.
    Peço desculpas pelo desabafo, mas como mãe coruja que sou, gostaria de deixar este comentário como reflexão.
    Um forte abraço à todas as mulheres que são mães sempre!

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  3. Sendo mae de primeira viagem, e por isso tendo comemorado meu primeiro dia das maes, nao posso deixar de dizer (mesmo que tardiamente) o quanto esse texto me emocionou. Concordo que seja um sentimento visceral, que repercute a dor e a delicia de realizar o milagre da vida...a exaltação ao divino...ou ao especular narcisismo humano de continuidade da espécie. No entanto, devo concordar com a Denise, que nem todas as mulheres devem ser maes pelo simples fato de terem um útero. Mulheres deveriam desejar serem maes, pelo sentimento de humanidade que lhes nutre...pela possibilidade de ser via de passagem, e formação para que um ser humano novo possa se estruturar e buscar novas e novas relações, vinculos e sonhos. Uma mulher deveria desejar ser mae, pela bleza da troca...de olhares, de sorrisos, de choros...ou seja, acima de tudo, pela beleza que é estar vivo!!!!

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