10 de julho de 2012- Blog ZH
Sindo com uma saudade apertando meu peito.
Sinto saudades de ser criança. Saudades de minha mãe trazendo uma mamadeira com leite para mim e para meus irmãos. Sinto saudades da inocência das brincadeiras da infância lá em Novo Hamburgo, do chalé de madeira onde morávamos, dos beliches onde dormiamos. Do tempo em que rezar o Santo Anjo do Senhor resolvia todos os problemas. Sinto saudades daquele homem, que era o maior e mais poderoso homem do mundo, que era o meu pai.
Sinto saudades dos meus irmãos que não deixavam ninguém me bater na escola pois éramos um clã. Sinto saudades das minhas irmãs que eram as moças mais lindas do mundo o que fazia com que todos os meninos me chamassem de cunhado. Ando com saudades de tantos amigos de infância que cresceram e eu nunca mais os vi, porque seguiram rumos diferentes. To com saudade do meu avô que tinha vacas, cavalos e parreira de uva e tinha um fuca branco com o qual nos levava para passar férias em Tramandaí. Tenho saudades de Tramandaí, de Mariluz. Ando com saudades da minha avó que fazia os melhores doces e os melhores cafunés do mundo. Tenho saudades da minha tia Silvana que catava piolhos por horas em minha cabeça, mesmo sabendo que não os encontraria. Tenho saudades de meus primos, tios, tios avós, que eu acho que nem existem mais. Tenho saudades das invernadas do CTG Porteira Velha, onde nós éramos os peões mais garbosos. Tenho saudades do seu Ariano, seu João Viana, Seu Zezinho, Nelson Hortaça, do Gringo, do Clóvis, do Macega. Tenho saudade do César Passarinho, do Leopoldo Racier, do Noel Guarany. Tenho saudades. Tenho muita saudades.
Tenho saudades dos rodeios, das parcerias, da minha irmã Eliane que era minha melhor amiga, da Boate Mau-Mau no Flamenguinho, da Boate do Osvaldo Cruz. Tenho saudade do Dudu, do Padre Paulo, do Padre Oscar, do Don Sinezio. Tenho saudades da Rua Osvaldo Cruz, do bairro Primavera, do Jornal exclusivo, da Revista Lançamentos, do Jornal NH. Do PicaPau Lanches, da Fenac. Tenho Saudades de Novo Hamburgo
Tenho saudades de minha motos velhas, de meus carros velhos, de meus barcos.
Tenho saudades do Morro do Lampião, da Fazenda Moura, do meu cavalo Pipoca. Do Colégio Clemente Pinto.
Tenho saudades do Miro, do Deja, do seu Feijó, do Ivan de Andrade, do Inésio. Tenho saudades do Diário de Canos, do Lourenço, do Flavio, do Elias, da Estela, da Naná, da Raquel, do Mimi, do Sobral, da Jô, da Marilia, do "Zé tres oitão". Tenho saudades de Canoas, da Matias Velho, do Niterói, do Rio Branco.
Tenho saudades de Gramado. Da Fabi, da Marília de novo, do Mica, das festas da hotelaria, do Bio Bar, do Natal Luz.
Tenho saudades do Klécio, do Théo, da Géssica, do Fabrício, do Fabio, da Neila, tenho saudades da Didi, do Cecconi, do Rafinha, do Alvaro, do Giacomo, do Sancler. Tenho saudades do Helinho, do Flavio, do Patrick, do Charles, do Gustavo, do Mendes, do Moiza, da Xú, do Rossi.
Tenho saudades de meus cabelos compridos, da minha irreverência, da minha coragem., Muita saudades minha irmã Lúcia, do beijo no rosto do meu pai, da minha mãe, de meus irmãos, das minhas irmãs... Da minha filha Dane eu morro de saudades todos os dias.
To morrendo de saudade do primeiro dia que disse com o coração saindo pela boca para a Gabi_Eu te amo_ parece que foi ontem.
Tenho saudade de cada foto que eu fiz, dos negativos, das revelações, dos filmes fugi, kodak, agfa.
Tenho saudade de quem eu fui na infância, na adolescência, de quem fui no dia que cheguei em Pelotas. Tenho saudades do Satolep, do Rua 15, do Bar da Bethe.
Tenho saudade de quem fui ontem. Tenho saudade de quem fui há dez minutos. Tenho saudades do rio que passa todos os dias em frente a minha casa e nunca mais volta. Tenho saudades da Sofia todos os dias, que caminha em direção inversa a sua infância e deixa de ser um bebe para se transformar em uma menina esperta, curiosa e inteligênte.
Tenho saudades de noites e noites escrevendo o livro "A Noite que não Acabou" e que hoje não é mais meu e sim de que lê.
Tenho saudades de meus sonhos, os que realizei e os que eu desisti. Tenho saudades da minha saúde, do meu abdomem, das minhas espinhas. Tenho saudade do tempo em que eu chorava menos, me preocupava menos e sentia menos medo. Tenho saudades de minha memória privilegiada e de fazer desenhos enquanto fazia xixi na areia assistindo o sol nascer na praia.
Tenho saudades de mim mesmo, saudades de quem nunca mais vou voltar a ser. Saudades de alguém que virou lembranças e histórias para serem contadas para os filhos, netos, etcetcetc.
Eu ando com muita saudades de mim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário