Total de visualizações de página

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Minhas velhas mãos


Hoje eu observava minhas próprias mãos. Não sei quando elas envelheceram, mas acho que foi de repente. Talvez meu rosto também tenha envelhecido, não sei, não tenho como vê-lo da mesma forma e frequência com que percebo as minhas mãos. Acho que os espelhos são mentirosos, porque quando nos vemos em fotografias nos surpreendemos e, quando nos vemos em vídeos, muitas vezes nem nos reconhecemos. Minhas mãos envelheceram e com elas, certamente, meu rosto e meu corpo inteiro E eu nem percebi. Nunca me importei muito com meu corpo mesmo. Meu medo maior é que meu espírito envelheça e que, de repente, eu consiga enxergá-lo da mesma forma com que de repente enxerguei as minhas mãos. E ele me surpreenda com suas rugas, manchas e ressecamento. Para meu espírito sim, eu deve procurar cuidados. Prevenir-me para que as rugas que possam surgir não dobrem as lembranças do tempo e as boas aprendizagens que recebi; para que as manchas que possam marcá-lo não sejam fruto de sentimentos negativos que venham afetar meu caráter e minha história de vida, e que o ressecamento que possa lhe acometer não seja a dureza e a insensibilidade no trato com o outro e na forma de conviver nesse mundo. Que minhas mãos, meu rosto e meu corpo se enruguem, cubram-se de manchas, ressequem  e envelheçam, mas que meu espírito conserve a juventude e a pureza com que Deus me presenteou  desde que essas mesmas mãos, esse mesmo rosto e este mesmo corpo começaram a tomar forma...

Nenhum comentário:

Postar um comentário