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sábado, 24 de abril de 2010

E quando os filhos abandonam os pais?


"...nunca fui tão filha como na orfandade", escreveu Lia Luft em 2005. Meu filho! Onde estás? Como estás? Não espere para ver teus pais quando, como também disse a escritora, "vivermos na clausura da memória adormecida". Te amamos. M..., Porto Alegre . (publicado na seção "Do leitor", jornal Correio do Povo, 23/04/2010).


Senti um aperto no peito ao ler esse chamado materno. Como deve ser comum essa angústia. A maioria dos pais cria, cuida, educa, doa-se para os filhos. Quantas vezes eles crescem, têm sua própria vida e interesses e os abandonam afetivamente. Quantos desses pais não aguardam uma visita ou pelo menos um telefonema, mesmo que somente nos finais-de-semana ou em dias especiais. Quantos não têm apenas o silêncio como resposta. Quantos não tomam a iniciativa da procura e sentem a impaciência do outro lado. Nós, pensadores do Direito de Família, temos debatido muito o abandono afetivo do pai com relação ao filho. Aqui neste espaço publiquei várias manifestações a respeito. Mas e quando ocorre o contrário? Aliás, talvez seja até o que mais aconteça e por isso passe despercebido. Ou talvez esses fatos não nos chame a atenção porque os pais sabem perdoar. Seu amor é incondicional e uma breve visita ou uma pequena atenção apaga a lembrança da rejeição silenciosa.. Precisamos rever esse comportamento. É muito fácil apontar os erros nos outros, mas e os nossos próprios erros? O clamor público dessa mãe é um chamado de atenção não somente para o seu próprio filho (tomara que ele seja leitor do jornal e a atenda), mas para todos nós, eternos devedores de afeição.

2 comentários:

  1. Sou mae abandonada! Sozinha, sessenta e cinco anos cinquenta e nove dedicados aos filhos que hoje nao me visitam, nao tem tempo de falar ao telefone porque estao sempre muito ocupados. Doente, procuro em estranhos, pagando, os cuidados que necessito.
    Quando as leis facultarao aos pais judiados o direito de escolher para quem deixar seus bens?
    Porque a lei assegura aos maus filhos, que roubam e maltratam os pais, o direito de heranca?
    Gilza M Webler

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  2. Os pais judiam dos filhos, e quedo eles crescem e se afastam, elas não se lembram do que fizeram antes... Que nos amam e por isso nos dão bronca, ou nos batem, ou os cambai. Isto pra mim não é amor. Eu tenho que tratar da minha vida hoje, trabalhar, ralar, pagara assistência social, pros meus filhos não terem que me carregar nas costas quando eu for velho. Nem me ralo. eles que sejam felizes, com suas esposas e maridos. E quando quiserem me ver, à hora que quiserem, estarei na minha casa. Não interfiro com suas decisões, nem com suas vidas. Penso que têm direito a errar, e a aprender com seus erros. Só estarei aqui pra quando precisarem de um ombro amigo.

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