Reli todas as manifestações que ficam impressas no perfil de
meus amigos do facebook. São manifestações de revolta, de dor, de
solidariedade, algumas só demonstram a imensa tristeza. Em alguns, um silêncio
apenas, mais preocupante ainda... Uma frase aparece constantemente: Santa Maria nunca mais será a mesma.
Vários relatam como tiveram as primeiras
notícias. Eu soube por um telefone de meu filho. Acordei com sua manifestação
me dizendo exatamente isso: “ Mãe, eu estou bem”. Nem sequer eu sabia da
tragédia e ele me ligou para dizer que nada havia acontecido com ele. Pensei
então quantos pais gostariam de ter recebido este telefonema: uma verdadeira dádiva
de Deus.
Entre as recentes manifestações, li a nota de minha reitora,
onde noticia que, da nossa instituição, morreram dezesseis universitários
matriculados e quinze recém-formados. Fiquei imaginando como será a formatura
dessas turmas que promoveram o evento. Na verdade, haverá formatura?
O cartunista Marco Aurélio na Zero Hora dessa terça-feira
desenhou o que chamou “Uma nova vida”. Aparece uma fila de universitários
entrando na USP (Universidade de São Pedro). Ali estão sendo organizados por
cursos. Alunos da Medicina, aulas com Zerbini; alunos da Arquitetura, aulas com
Niemeyer; alunos de Pedagogia, com Gilberto Freire... Porém o que me chamou a
atenção foi um integrante da fila, que avisa: “Mãe, eu estou bem”.
Acho que este deve ser nosso consolo, nosso “galho de
salvação”. Eles partiram para outra vida, formam “transferidos de
universidade”. Mães e pais: eles estão bem. Para isso temos que ter fé. Apenas
fé...
Estranhamente, não sai da minha cabeça uma estrofe de uma de
nossas músicas gaúchas. Apesar de ser uma música alegre, ela demonstra
exatamente o que estou sentindo: “tá frio na minha cidade, a bem da verdade
está frio demais...”
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