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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009


Este mês sai de meu emprego na ULBRA, campus de Cachoeira do Sul, através de uma ação trabalhista onde pedi o reconhecimento de rescisão indireta. Não mais necessitarei viajar para dar aulas em outro Município, o que acontecia desde 1994. Estou satisfeita e triste ao mesmo tempo. Satisfeita por ter resolvido um grande problema, o de não saber quando, quanto e se receberia o salário, instabilidade que vinha me angustiando há sete meses. Triste por saber que vários amigos e colegas permanecem na mesma situação. O trabalho tem uma importância enorme na nossa vida. Ele nos dá dignidade, mas também nos traz amizades, crescimento e realizações pessoais. Lamento demais que a ULBRA esteja passando uma crise tão séria, e que isso seja devido à má administração. Em sete anos de atividades nessa instituição tive muitas alegrias, inclusive reconheço que, somente através desse trabalho, tivemos a possibilidade de construir nossa casa. Porém, o mais gratificante nesse período, foram as relações pessoais estabelecidas, desde o grupo com quem convivi no transporte, aos alunos que passaram por mim e todos os colegas a quem aprendi a respeitar, dividir angústias e compartilhar grandes amizades. Foram muitos os momentos alegres. Infelizmente, também partilhamos grandes angústias e tristezas. Vou levando todas essas lembranças e já cultivando uma grande saudade. Devo destacar, porém, a grande capacidade da direção do campus e da coordenação de meu curso em reconhecer e valorizar o trabalho feito. Eram incansáveis nesse momento. Isso me faz lembrar de uma vez em que entrei no banheiro do Fórum de Santa Maria e me encantei com a limpeza do local. Além de deixá-lo absolutamente limpo e perfumado, a faxineira se preocupava em deixar potes de margarina e latinhas com folhagens simples, mas muito bem cuidadas. Deixei um pequeno cartão que encontrei dentro da minha agenda, um daqueles marcadores de página com mensagens, e nele escrevi um agradecimento à responsável por aquele ambiente. Uma semana após, voltando ao mesmo banheiro, encontrei aquele cartão preso no espelho, numa clara demonstração do orgulho pelo trabalho feito e agradecimento pelo reconhecimento demonstrado. Através dessa mensagem de despedida, estou imitando o gesto dessa faxineira, expressando minha gratidão a todas aquelas palavras e gestos de estímulo. Queridos colegas e alunos, fiquem com Deus e que o futuro da ULBRA seja o da recuperação e sucesso, porque vocês merecem.

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