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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Memórias de infância 2


Quando assisto aos programas de televisão na TV aberta lembro dos primeiros programas que costumávamos assistir quando crianças. Talvez se fossem revistos novamente, não tivessem o encantamento da época, mas deixaram saudades. Tive o privilégio de assistir a Jovem Guarda, em tardes de domingo, na qualidade de televizinha, isto é, na casa de um dos nossos vizinhos. Algumas vezes, eu e minhas irmãs ficávamos espiando para dentro da casa da vizinha pela janela, com a luz apagada, tentando ver um pedaço da tela. Quando a minha família comprou nossa primeira televisão a programação da noite, após a novela, eram os programas de auditório, normalmente com um mestre de cerimônias. Show sem limites, A Família Trapo, A praça da alegria, Programa Flávio Cavalcanti, A grande chance, Essa noite se improvisa, grandes musicais italianos, fazem parte de minha memória. Eram programas de disputas sadias, avaliação de conhecimentos, e expressão da arte com qualidade. Sei que estávamos num período de repressão e muito conteúdo era direcionado exatamente para provocar a alienação do povo brasileiro. Lembro que no programa das tardes de domingo, o primeiro a ser transmitido em rede nacional, o apresentador Flávio Cavalcanti divulgava dados estatísticos sobre o desenvolvimento do Brasil, que nos enchia de orgulho. Na época, a televisão já começava a ditar a moda, costumes e criava algumas “febres”, como os bonequinhos “Topo Gigio”, divulgado por Agildo Ribeiro, ou o “Mug”, divulgado por Wilson Simonal. Os astros de cinemas, até então nossos maiores ídolos, eram trocados pelos astros da televisão. Foi o período de início de sucesso nas carreiras de Toni Ramos, Cláudio Marzo, Denis Carvalho, Regina Duarte, Tarcísio Meira, Glória de Menezes, Ioná Magalhães, Eva Wilma, Aracy Balabaian, Bete Mendes, e outros tantos, que até os dias de hoje, ainda permanecem nas telenovelas. Como lembro de muitas cenas das novelas, roteiros desenvolvidos e reportagens televisivas da época, sei que muitas dessas experiências marcaram minha vida, e me serviram de exemplo. Não sei se tudo o que me marcou, o fez de forma positiva, mas tenho certeza que nada e nenhuma daquelas mensagens trazidas pela televisão da época tinha uma mediocridade tão grande como o que a televisão de hoje nos traz. Que espécie de mensagens e valores que programas como os reality show, programas sensacionalistas que exploram a desgraça alheia, emissoras que se alimentam de fofocas sobre todo e qualquer fato envolvendo as celebridades, estão deixando em nossas crianças e jovens? Quando presto atenção no trabalho feito atualmente pela mídia, principalmente pela televisão, que, com certeza é a maior forma de penetração comunicativa dentro dos lares brasileiros, pergunto a mim mesma se aquela mensagem que tantas vezes ouvimos quando criança, antes de qualquer programação, atestando o papel da censura feita pelo Estado, não teria um certo aspecto positivo.

Um comentário:

  1. Nice Stuff!

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    Regards,
    Mehta

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