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sábado, 22 de janeiro de 2011

Férias e Big Brother


As férias nos deixam a mercê da programação da televisão. Por mais que se tente resistir, mesmo quando estamos veraneando, nosso passatempo muitas vezes passa a ser a TV aberta. E o que ela tem oferecido ultimamente é assustador: um tal de ET chamado Bilu; vida privada de celebridades e suas frivolidades, tragédias da vida real transformadas em espetáculo, crimes reais teatralizados, e, horror dos horrores, Big Brother, carro chefe da programação de verão da maior rede da televisão brasileira. Perdoem os fãs do programa, mas acho esse programa uma verdadeira apologia ao mau gosto e à vulgaridade. Fico estarrecida ao ver as manifestações do público entrevistado ao se referir aos participantes do programa com a maior intimidade, sentindo-se no direito de julgá-los, de criticá-lo e de “eliminá-los” sem a menor cerimônia. Porém, o que mais me impressiona é a disponibilidade daquelas pessoas em expor sua vida privada e aceitar a divulgação de sua imagem, suas palavras, pensamentos e atitudes sem nenhuma censura. Não acredito que a motivação seja somente pelo prêmio, mas muito mais pela exposição em rede nacional, afinal todos afirmam ter uma radical mudança de vida após participarem do programa. É o ápice do exibicionismo na busca do rótulo de celebridade. É como se um novo “status” se estabelecesse na sociedade: o de ser um “big brother”. Tento resistir o que posso para não tomar conhecimento sobre o andamento do programa. No início até que isso é possível, desde que tenha o controle remoto nas mãos ao assistir qualquer programação da televisão, pois a qualquer momento como se fosse uma “notícia extraordinária”, o tema nos é trazido, e não só pela emissora-mor, mas também por todas aquelas que descobriram uma vocação de sanguessugas, vivendo às custas da programação da concorrente invencível. À medida que o programa vai avançando, percebo que a tarefa vai se tornando cada vez mais difícil. A “eliminação” de fulano ou sicrano passa a ser o assunto nos encontros sociais, nas conversas ocasionais em lojas, bancos, salões de beleza, e até mesmo na sala de aula. Há alguns anos atrás, numa terça à noite, já tive que para solicitar aos alunos que parassem de mandar mensagens pelo celular, votando para o Big Brother, pelo menos enquanto estavam dentro da sala de aula. E já são onze anos de programa... Algumas crianças estão entrando na adolescência sem ter conhecido um mundo sem o reality show. Não sei se estou ficando paranóica, mas começo a achar que é uma verdadeira conspiração para que nos rendamos ao consumo da televisão fechada, pagando verdadeiras “fortunas” como assinantes. Mesmo nessa condição, ainda teremos que evitar os canais exclusivos para este programa com transmissão ao vivo. Enquanto isso, a solução de fuga está nos livros, DVDs e Internet...

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