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terça-feira, 8 de março de 2011

A alegria como um direito


A jornalista e escritora argentina Claudia Piñeiro no jornal O Clarin (disponível em http://luisalbertowarat.blogspot.com/2011/03/alegria.html) traz algumas considerações sobre o carnaval, onde ela defende o direito à alegria do povo contra os argumentos daqueles que entendem que os dias de festa são desperdiçados para a Nação, em termos de economia. A autora traça um paralelo entre o Brasil e a Argentina, denunciando que aquele povo durante muito tempo foi influenciado por argumentos preconceituosos em relação às comemorações, e precisa reconquistar esse direito sem sentimentos de culpa. Eis alguns trechos do texto:
Qual é o valor da alegria? E não me refiro a felicidade, que é outra coisa. A felicidade tem a ver com o bem-estar e felicidade. A alegria de risos e celebração...
Também não falo da diversão, alegria, fantasia, que é apenas uma distração, externa, quando não há o riso genuíno, que é substituído pela trilha sonora de risos daqueles que são usados como pano de fundo em programas de televisão...
Quero dizer da alegria em que cada um de nós não é um espectador, mas o protagonista. Ela é um valor para uma sociedade feliz?...

(Referindo-se ao carnaval:)
Neste evento somos todos iguais: há um pacto de igualdade entre o poder e o povo apenas naqueles dias, quando a festa termina tudo volta ao normal. Refletindo bem como Joan Manuel Serrat Fiesta em sua famosa canção: "... na noite de San Juan, como eles compartilham o pão, sua mulher e seu casaco, com cerca de cem mil pessoas". E quando a festa termina "... com uma ressaca retornam os pobres em sua pobreza, os ricos na sua riqueza... ". Esse é o espírito do carnaval popular. São celebrações e festas onde o valor da participação dos cidadãos é o da comunidade compartilhar e comemorar com os outros em pé de igualdade.
A autora cita Mario Benedetti, em seu poema "Defesa da Felicidade":
"Defender a alegria como uma trincheira / defender do escândalo e da rotina / da miséria e dos miseráveis / ausências temporárias e definitivas / defender a alegria como um princípio.”

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