Total de visualizações de página

quarta-feira, 16 de março de 2011

Desastre nuclear


Durante décadas assistimos a uma verdadeira guerra entre os defensores do meio-ambiente e os governos que implantavam indiscriminadamente usinas nucleares mundo afora.
O Brasil entrou nesta corrida no governo do general Geisel. Em 1975 firmamos um acordo com a Alemanha para construção de oito usinas nucleares e a transferência da tecnologia completa do ciclo do combustível nuclear e de projeto, engenharia e fabricação de componentes de centrais nucleares.
De lá para cá sabemos no que deu este acordo e sua difícil implementação, causada principalmente pela falta de recursos, para não falarmos dos protestos contra a instalação das usinas, principalmente depois dos acidentes que aconteceram em vários países.
Em 28 de março de 1979 a usina nuclear de Three Mile Island, nos Estados Unidos, sofreu uma fusão parcial, provocando vazamento de radioatividade para a atmosfera. Já em Chernobyl na Ucrânia, a 26 de abril de 1986 ocorreu o mais famoso acidente nuclear até os incidentes que envolvem as usinas japonesas atingidas pelo recente terremoto.
Na Alemanha, a energia nuclear responde por 25% da produção de eletricidade. A Itália, que tinha renunciado à energia termonuclear após um plebiscito há mais de 20 anos atrás, voltou a discutir o assunto, como também a Suécia que se tornou favorável a construção de reatores, dando novas forças aos defensores da energia termonuclear em toda a Europa.
A energia atômica é utilizada em 31 países, e por conta da instabilidade no fornecimento e os altos preços de combustíveis convencionais como gás e petróleo, nos próximos anos mais de cem novas usinas devem entrar em funcionamento em todo o planeta.Atualmente, as cerca de 444 instalações termonucleares espalhadas pelo mundo geram um total bruto de cerca de 390 mil megawatts, cerca de 17% da produção mundial e 31% da produção no continente europeu.
O Reino Unido foi o pioneiro no emprego do átomo em grande escala para fins civis, colocando em 1956 seu primeiro reator termonuclear em funcionamento. Atualmente, o país dispõe de 19 usinas. Por conta da alta dos preços do petróleo e o aquecimento global, Londres também aposta forte na energia atômica.
Já a França, depende da energia termonuclear como nenhum outro país da Europa. Cerca de 77% de sua produção energética é oriunda de instalações nucleares.
Mas os recentes acontecimentos nas usinas nucleares japonesas reativaram os debates relativos a este tipo de geração de energia em nosso planeta. ONGs e ambientalistas voltam a pressionar governos para que revejam os investimentos no setor.
Há cerca de dois anos atrás, as antes temidas, perigosas e nefastas “Usinas Nucleares”, chegaram a ser vistas como a saída para a crise energética e o aquecimento global.
Ontem (15) a Comissão Europeia qualificou o acidente nuclear do Japão de "apocalipse", por considerar que as autoridades locais perderam praticamente o controle da situação na central de Fukushima.
A Agência Internacional de Energia Atômica classificou como de nível 6, em uma escala de medição de eventos atômicos que vai até 7, o acidente nuclear ocorrido no Japão.Até agora, o caos atômico japonês só perde para a explosão de Chernobyl, que foi classificada como de nível máximo, chegando a contaminar um raio de 800 800 km ao redor da usina.
Como sempre digo, nada como um dia após o outro.
Agora devemos empregar todos os esforços para evitar que este “efeito colateral” não se torne uma catástrofe ainda maior que o próprio terremoto seguido de tsunami no Japão.
Fonte-newletter@ricardoorlandini.net.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário