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segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Um problema de educação



Às vezes temos que suportar algumas situações constrangedoras e indesejáveis no ambiente de trabalho a fim de não parecermos indelicados e presunçosos. Lendo a crônica de Lia Luft na revista Veja desta semana, Respeito é bom, tomei coragem de também abordar esse tema, já que há muito tempo ele me incomoda. A escritora aborda a questão do comportamento humano inadequado citando que, sendo humanos, homens, mulheres e crianças, somos ainda animais predadores, querendo ocupar espaço a patadas. Se pudermos, em vez de falar, rosnamos, em vez de curtir, cuspimos em cima. A gente precisa ser domesticado desde o dia em que nasce. Ainda não cheguei a receber patadas, nem ouvi rosnadas ou mesmo uma cusparada, mas muitas vezes sofri agressões tanto como professora como advogada, que me deixaram bastante entristecida e, muitas vezes, irritada. Alguns alunos (muitos poucos, é verdade), talvez sem se darem conta, nos agridem com suas atitudes desrespeitosas, tais como: ler jornal ou revista durante a aula, sem nem sequer disfarçar; atender celular ou mandar “torpedos”, no momento em que estamos lutando para manter sua atenção ao fazer uma exposição do conteúdo; afastar-se do recinto sem dar nenhuma explicação, inclusive em momentos de prova; conversas e risadas paralelas que provocam, muitas vezes, a queixa dos colegas; “colar” durante a prova e ainda vangloriar-se disso mais tarde.... No exercício das duas profissões é comum recebermos telefonemas em horários inconvenientes, como no exato horário do almoço, em horários avançados da noite, e nos finais de semana. Tanto alunos como clientes esquecem que o profissional também tem uma família e necessita de descanso, apesar de que, muitas vezes, esses momentos são sacrificados em nome do trabalho, essa situação deve ser uma exceção. Notamos atitudes desrespeitosas perante autoridades e palestrantes e nos sentimos constrangidos no lugar dos “infratores”. Como também cita Lia Luft: observo muita gente, e não só jovens, dando de ombros ou rindo aos assistir alguma entrevista dos nossos líderes, ou escutando belas frases sobre ética..., ou ainda a situação muito comum na nossa área: o de se retirar no meio de uma palestra, às vezes até mesmo “batendo o salto” com força no chão. Quando tomamos uma atitude mais enérgica em relação a esses fatos, como, por exemplo, a sermos consultados sobre questões jurídicas particulares e “convidamos” o interlocutor a marcar uma consulta, ou chamamos a atenção de algum aluno com mais energia, somos taxados de presunçosos e antipáticos. Convido a todos para uma reflexão sobre isso, pois as posições que ocupamos se invertem, ou seja, talvez amanhã seja o aluno ou o cliente desrespeitoso de hoje que esteja sentindo o mesmo sentimento aqui descrito, pois como ensina o dito popular, que apesar de ter um sutil veneno ou ser um pontapé no estômago, como cita a escritora, é sábio: Respeito é bom e eu gosto.

Um comentário:

  1. Professora- concordo com tudo o que foi escrito. Muitas vezes a vontade que tenho é de pedir para alguns colegas saírem da aula, pois exatamente na hora de alguma explicação importante, começam a rir e falar "abobrinhas".
    É uma falta de respeito com os professores e com os próprios colegas.

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