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sábado, 23 de janeiro de 2010

Final de histórias de amor: agressões e mortes


No mês em que o Brasil conhece mais uma história de crime movido pelo ciúme, exatamente há um ano atrás uma jovem de 23 anos de idade também foi morta em seu local de trabalho pelo ex-namorado, que atirou seis vezes, movido pelo ciúme e pelo ódio. Ela já havia procurado a polícia por quatro vezes. Essa tragédia repetida não acontece somente no Brasil. Segundo a Organização Mundial da Saúde, pelo menos 100 mil mulheres de 15 anos ou mais são assassinadas a cada ano, sendo que metade é vítima do companheiro ou do ex. Pesquisas sugerem que cerca de 25% da população feminina foi, é ou será vítima ao menos uma vez na vida. São ocorrências que acontece entre celebridades, anônimos, pobres, ricos, em público ou na intimidade do lar. Muitas vezes é a causa de novas agressões no futuro, eis que não poucas são assistidas pelos filhos que repetem a conduta dos pais com a concepção de que faz parte de uma relação normal de casal. Normalmente o comentário posterior à tragédia é de que se a polícia tivesse capacidade de avaliar o risco que a vítima estava passando ao registrar a ocorrência, poderia evitar o crime. Esse tipo de conduta tem uma explicação histórica. Nos tempos do Brasil Colônia, a lei portuguesa permitia que o homem matasse a mulher adúltera e o amante. O Código Penal de 1890 deixava de considerar crime o homicídio praticado sob um estado de “perturbação dos sentidos e da inteligência”. A legítima defesa da honra até há pouco tempo era considerada como motivo de excludente de criminalidade para convencimento dos jurados nos julgamentos de homicídio, especialmente no interior do Brasil, mesmo que, oficialmente, o motivo da absolvição fosse outro. Enquanto que é na rua que a população masculina mais corre risco de agressão e assassinato, a feminina está mais vulnerável dentro de casa. Pessoalmente já assisti agressões físicas entre namorados até mesmo dentro da universidade, e não foi um fato isolado. A psicologia interpreta a agressão física masculina como uma das formas de o homem provar a sua virilidade. Mas e a passividade da mulher, como se explica? Por que muitas vezes a mulher não se afasta e tenta evitar o conflito? Como não avalia o risco que corre? E a omissão da família e das autoridades? Existem no mundo inteiro organizações não governamentais que buscam coibir essa violência, muitos deles procurando inclusive o engajamento masculino, defendendo a equidade e o respeito entre os gêneros. No Brasil houve um grande avanço com o aumento do rigor penal para os casos da violência doméstica, através da Lei Maria da Penha.Mas não é suficiente. A questão é de fundo cultural e educacional. Por isso, todas as instituições organizadas devem se envolver. É uma questão de vida ou morte...
Alguns dados exemplificativos da ONU:
. A cada ano, cerca de 50 mil mulheres são assassinadas pelo atual parceiro ou pelo ex, não importam a nacionalidade, a etnia ou classe social;
. Nos EUA uma mulher é agredida a cada 9 segundos. Pelo menos 3 são assassinadas diariamente pelo parceiro ou pelo ex; As vítimas mais freqüentes têm entre 16 e 24 anos;
. Na Nicarágua 4 de cada 10 mulheres são agredidas pelos atuais ou antigos companheiros;
. No Brasil de cada 100 mulheres, 25 foram ou são vítimas de violência doméstica.
.No Uruguai, a cada 9 dias uma mulher morre em decorrência da violência doméstica.
. No Chile metade das mulheres foi ou é vítima de violência psicol[ogica severa.
. Na Colômbia a cada 6 dias uma mulher é morta pelo companheiro ou ex.
. Em Israel e África do Sul das mulheres assassinadas, entre 40% e 70% foram vítimas de parceiros ou ex-parceiros.(fonte- Revista Época- 13/04/2009)

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