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domingo, 25 de julho de 2010

Os números da violência doméstica


Como sempre acontece quando algum fato jornalístico envolve alguma celebridade, por algum tempo há uma preocupação generalizada com algum tema social. É o que tem acontecido com relação à violência contra a mulher. Os números apresentados são impressionantes. E são oficiais, isto é, não sei se chegam a retratar um terço da realidade. Nos meus vinte e sete anos de magistério e de advocacia vi muitos casos, em todas as camadas sociais. Entre colegas, alunas, clientes, amigas... Vi mulheres usando óculos escuros pelas lesões no rosto, e justificando com acidentes domésticos. Vi mulheres com ossos quebrados, corpo doído e manchas arroxeadas disfarças em mangas compridas. Ajuizei muitas ações de separação onde a motivação eram as agressões físicas e psicológicas. O juiz Roberto Lorea, do Juizado da Violência Doméstica de Porto Alegre estima que apenas 20% das mulheres pedem ajuda. Aquela Vara judiciária especializada hoje tem audiências marcadas para até dezembro de 2011. Segundo o Mapa da Violência do Brasil de 2010, elaborado a partir de dados do SUS, 41.532 mulheres foram assassinadas entre 1997 e 2007, índice superior ao do padrão internacional, abaixo apenas de países como África do Sul e Colômbia, que lideram o ranking. No Brasil, em média, 10 mulheres são assassinadas por dia. Um em cada cinco dias de falta ao trabalho no mundo é causado pela violência doméstica. Os casos denunciados, na ordem quantitativa decrescente, para a Central de Atendimento à Mulher (ligue 180) são de violência física, violência psicológica, violência moral, violência patrimonial, violência sexual, tráfico de mulheres e cárcere privado. Apura-se que 39,8% das vítimas são agredidas desde o início da relação. O que assusta é que não somente os maridos, companheiros, namorados ou amantes agridem. Existem muitos relatos de filhos homens que agridem suas mães. Acho que esse diferencial contemporâneo deve ser melhor caracterizado. A violência que permeia as atitudes dos jovens e adolescentes não está somente ligada ao uso de drogas, mas a falta de limites, de valores éticos morais e até mesmo religiosos. (fonte jornalística variada)

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