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sexta-feira, 2 de julho de 2010

Tempo de agradecer


Sempre impliquei com a expressão “obrigada”. Primeiro, porque tinha dúvidas sobre qual o gênero a ser usado. Depois, por achar que a palavra “obrigada” significava obrigação, e que, portanto, não teria um sentido de “graça” ou agradecimento. Pesquisando na Internet descobri que a mulher deve dizer "obrigada"; o homem, "obrigado" e que, quando recebemos um favor ou qualquer outra coisa e agradecemos com o termo "obrigado", queremos dizer que ficamos obrigados a devolver este favor recebido a qualquer tempo em retribuição. Por outro lado, quando dizemos simplesmente "agradecido", estamos reconhecendo o favor, sem nenhuma promessa de retribuição. Deveríamos sempre lembrar este sentido, pois hoje esta expressão está automatizada; pronunciamos essa palavra como uma convenção, sem querer exatamente agradecer. É necessário rever essa postura, pois muitas vezes essa palavra é muito importante para quem a recebe. Deveríamos dizer “obrigado”, no seu sentido original, nos comprometendo a uma efetiva retribuição nas coisas mais simples, porém tão importantes: obrigado pelo sorriso no início da manhã cinzenta em que tivemos que levantar mais cedo; obrigado para aquele atendente que gentilmente carregou nossos pacotes até o carro; obrigado para aquele motorista que aguarda que atravessemos pela faixa de segurança, depois de passar uma dezena ignorando nossas tentativas. Obrigado para aquele estranho que segura o elevador ao ver nossa intenção de alcançá-lo. Obrigado para aquele cliente no supermercado que cede a sua vez ao ver a nossa pressa em sermos atendidos. Obrigado a tantas pessoas que apresentam atitudes de gentileza, mesmo que essas sejam a sua obrigação, pois é importante reconhecer que elas as cumprem de boa vontade. Porém, também é preciso ser e, mais importante ainda, demonstrar ser agradecido àquelas pessoas que vão além de seus deveres. Ser agradecido àqueles que dedicaram seu tempo simplesmente para nos ouvir; ser agradecido àqueles que nos deram a chance de explicar e perdoar nossos erros e falhas; ser agradecido àqueles auxiliares que se esmeraram nas suas tarefas e resolveram tantos problemas que poderiam simplesmente ser repassados para nós, com a mera alegação de que “não estavam entre as suas atribuições”. Ser agradecido a todos aqueles que se preocupam com o bem estar social e que, rotineiramente, praticam a verdadeira cidadania. A gratidão deve ser exibida. É um sinal de civilidade e de solidariedade. Tem o peso de um carinho e nos transmite uma sensação de bem-estar, da importância da convivência e do compartilhamento das emoções. Um antigo ditado já dizia que a gratidão é a memória do coração. Vamos exercitar essa memória com mais freqüência. Fará bem para todos.

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